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Cirurgia ao pé da cruz, a ferida que nunca cicatriza

Características

50 x 60cm, Técnica mista: esferográfica, grafite, lápis de cor e colagem sobre papel fotográfico não emulsionado

Data

1976/1977

" Fiz uma associação com a morte de Cristo aos trinta e três anos e a minha própria aproximação desta idade, entendendo-a como uma passagem existencial para o que Jung considera o entardecer da vida e o começo do processo de individuação. Em 1981, aos trinta e três anos, mergulhei na mais perigosa das minhas crises existenciais, após a um ano da morte de meu pai, em abril de 1980. Usando como modelo meus próprios pés, sobrepondo-os um sobre o outro, como é conhecida a crucificação ao longo da história da arte ocidental e cristã, lancei-os dentro do campo cirúrgico e no lugar da ferida causada pelo cravo, fincado neles, plasmei uma vagina e costurei-a, mantendo presente a agulha e a linha. Uma asa ensangüentada, parecendo recém estirpada, jaz na parte inferior do plano do desenho. Na parte superior direita fiz uma colagem de um santinho com a cabeça de Cristo. Este teve todo um ritual, até ser meticulosamente colado fora do campo cirúrgico. Fui até a uma loja de produtos religiosos, lá no bairro da Liberdade e procurei aquela cabeça, impressa em um santinho, até achá-la. Depois fiquei vários dias, envelhecendo-o e apodrecendo-o. Queria um efeito de Santo Sudário. Mergulhei-o, amassando-o primeiro em uma solução de pó de carvão, terra e uma solução de café. Esfreguei-o já seco em areia e várias terras de coloração diferente e finalmente colei-o no desenho." Boccara

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